sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

Crônica de Sexta: Consumismo, a doença do século, minimalismo

Me parece que enquanto a humanidade cresce, ela própria cria seus próprios problemas. Eu tenho pensado em levar uma vida mais simplória e minimalista. Ser mais simples e retirar obstáculos que obstruem a facilidade de viver. Sim, ser simples. Dar os valores certos as coisas que valem o que são. E menos valor as coisas que são apenas o que são e não o que dizem. O consumismo, ainda que o que move o mercado tem lá sua culpa no que chamam de a doença do século. A simplicidade é muito confundida com a humildade. Esta muito confundida com ter menos em qualidade. Podemos sim ser simples com coisas grandiosas. Somos nós quem fazemos o valor do que temos. O século XXI é o século do consumismo, onde ter mais é ser mais importante, mas os problemas são relativos ao que temos e somos. Pois sim, teria eu problemas com impostos automotivos sem ao menos possuir um carro? Mas a sociedade me impõe que para ser digno de algum valor preciso ter. Um celular caro? Uma roupa de marca, uma escola particular? Tudo isso para reter o valor que tanto procuro. 

Acordar e passar horas em frente ao guarda-roupa decidindo-me qual roupa devo usar faz mais sentido que ter um vestuário mais enxuto, neutro, e aproveitar melhor os primeiros momentos do dia com algo mais importante como se preparar para o trabalho. Passar as horas seguintes me entretendo com vídeos engraçados e fotos de cachorrinho e gato na rede social faz mais sentido que usar deste tempo para trabalhar e construir minha independência financeira. Fico aqui imaginando a quantidade de tempo que nos é roubada por nós mesmos, a auto sabotagem diária, que nos coloca uma venda nos olhos, as oportunidades que passam diante a nossa procastinação. Mas ainda, ser simples, humilde eu diria que  é ser mais prático. Isso me ajuda a dar importância as coisas certas, canalizar e transferir a energia necessária ao meu trabalho, e as metas que almejo. Enquanto aquilo que é feito para tomar meu tempo é deixado de lado. Isso faz mais sentido para mim. Creio que a pobreza da humanidade não seja por culpa exteriores, política, ou o bode espiatório do momento, a tal crise. Existem pessoas que se dão muito bem com o salário mínimo, enquanto alguns "bem de vida" mesmo ganhando acima da média continuam atolados em dívidas. A pobreza é consequência da nossa cabeça. Tudo tem a importância que direcionamos. E isso se relaciona a tudo, seja a cultura, os estudos, religião, o consumismo. Não temos dinheiro para livros e educação, mas vendemos um fígado por um iPhone. Somos nós quem damos a importância de cada coisa, seja o celular de botão que realiza chamadas e cumpre com o necessário, ou seja o iPhone X que nem lembramos que também além de outras milhões de funções também cumpre com este requisito. A questão é está educação subliminar, ali nas entrelinhas sempre tentando nos puxar para o seu ciclo de comprar o novo porque todos têm, e porque é "melhor e bacana" se desfazendo ao sentido de que sabem o que é o melhor para todos, sendo que o melhor é aquilo que te satisfaz. E se te satisfaz estar nesse ciclo, então nada te satisfaz.

Ainda falando sobre valores, o minimalismo nos ensina que a roupa que tu usas, o carro que tu andas, e etcetera, etcetera e tal, são supérfluos. Ainda que mais humildes possíveis. Uma camisa, mais barata que seja, tem a mesma função que uma Gucci. O sapato, menos vendido por não estar na moda veste teu pé da mesma forma que a linha mais cara do mercado. A questão a ser levada em conta é o quanto você precisa estar na mídia, satisfazendo os desejos internos de estar na moda, ou ser aceito por quem está. É preciso estar melhor sempre, ou senão, o que as pessoas iriam achar? O que falariam se e visse usando algo tão simples e "chinfrim"? Mais uma prova de que somos os nossos próprios problemas. No fim, tudo vai de alguma maneira estragar, e para mim faz mais sentido estragar algo de 10 que algo de 100. Mas o humilde é o pobretão, o feio, o indigno de andar entre os importantes e "bem vividos". Pobres os que pensam dessa maneira por mal saberem que a vida bem vivida vai bem mais além dos bens, mas de propriamente viver. E aí que digo que valor tem a vida vivida que a vida para os bens. Quando nos livramos destas subliminares nos libertamos dessas prisões e vivemos com o necessário, sendo mais produtivos e vivendo não para o mundo, e o que ele oferece, mas para nós mesmos. Restaurante caro, o Corolla, o iPhone tal, o condomínio ou o apê dos seus sonhos são a minha liberdade, tranquilidade satisfações simples, que não deixam de ser satisfações. A diferença será no quanto somos diferentes em se tratando de valorizar o que temos e somos.

06/11/2019 12:46 

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