terça-feira, 11 de novembro de 2014

Manual do Solitário

Já que nascemos sem saber de nada no mundo sobre amor e todos os sentimentos, não sabemos de futuro e nem quando as coisas são verdadeiras. Não sabemos quem são as pessoas e muitas vezes nem as nós mesmos. Se às vezes fazemos confusões conosco mesmos, imagina ter que dividir falhas com outras pessoas falhas... Não confiar é um começo. Comecei a construir uma base de desconfiança. Não que as pessoas sejam falsas, mas é que somos falhos e nos confundimos. Basicamente tenho um pé atrás quanto a sentimentos. As pessoas banalizam tanto o amor usando no obsoleto que quando me vem um amor verdadeiro não tenho como distinguir o clichê. Acabo perdendo-o. Mas é uma forma de segurança. Uma hora temos certeza de algo, mas é só passar o tempo e mudam os sentidos, muda o querer. Percebe-se que não havia amor no relacionamento e usamos de palavras tão poderosas para definir o gostar. Ou percebe-se o amor verdadeiro mas que por um vacilo, a não crença faça com que se perca. Isso acontece com todo mundo, até com os príncipes encantados com quem sonhamos tanto. O que sobra é alegar para as forças maiores. Assumir a solidão e ficar de boa. Bom, pedir por muito discernimento. E se você é uma pessoa que ama intensamente, a melhor forma de destruir um sistema é agindo por dentro dele. E agora estou falando de sofrer pelo amor não correspondido. Entrar no turbilhão e se deixar levar porque adiar sofrimentos é acumular sofrimentos e se não saber gerenciá-los, ter que sofrê-los todos de uma vez. Então uma coisa de cada vez, mas sem deixar de sofrer. Entregar-se aos sofrimentos é importante, e é a melhor forma de desfazê-los. Falo de quando ter motivos, sem fingimentos e sem dar importância para uma coisa que não faça tanta diferença na sua vida. Enquanto não se sofre o ocorrido ficará certo de que algo terá de sofrer, daí chegará mesmo uma hora em que não se verá porquê de tanto sofrimento. Então que seja feito.
Quando chega o momento em que passamos desde os nossos egoísmos, até nossas generosidades, pensa-se no futuro, em como será. Pensa-se relacionado a mim e a você. (você e a pessoa). A maior parte do tempo talvez seja de arrependimento, mas no decorrer do tudo percebe-se que nos fará bem. É preciso ser forte nas decisões e forte para sustenta-las , mesmos depois de saber que não são as que você queria, sem voltar atrás. As coisas vão muito além do que conhecemos nesse nosso mundinho particular de bosta. Há muitas coisas além do nosso pensamento pequeno, uma sabedoria desconhecida sobre aceitar as coisas e deixar nossos egoísmos. Mas tudo consiste em crescer. Amadurecer. Nem todo mundo sabe disso ou sequer saberá. Mas é isso ou estourar. E nossa, é uma confusão tão desnecessária... Isso não é ficção. Por que existem tantas pessoas idiotas, de pensamento pequeno e desconhecedor dos reais sentimentos, que entram em depressão, fazem besteiras ou até mesmo tiram a vida depois de um relacionamento que terminou mal. É preciso dar importância para si mesmo e separar o que se estar sentindo. Depois que se diz todas aquelas coisas, que se faz o que no calor do momento se diz fazer pensa-se se isso era a melhor forma de resolver. E todo mundo pensa, mesmo os mais frios e hipócritas. Mas conclui com algumas dessas confusões recentes que não se apaga o fogo fugindo dele... Amigos bem próximos me disseram isso. Descobri também que não tem uma "melhor forma" de desfazer, mesmo não sabendo o que fazer uma coisa é preciso ser feita. Foi feito, usando clichê, os meios justificam os fins, e muitas das vezes o começo que usamos faz com que os meios sejam inevitáveis. Bom, o que fiz foi necessário, mesmo sabendo que magoando, mais que a mim... Mas como eu disse anteriormente num poema, às vezes é preciso de uma tempestade para que a poeira baixe. E se baixou (pergunta) Respondo que de agora em diante pensarei mais quando encontrar um começo, ou se deverei começar.
Desses nossos devaneios emocionais, dessa luta contra sentimentos, desse deserto, suicídios, resolvi:
1. Não tem pra quê revoltar-se.
Mas se você acha mesmo justo revoltar-se por uma DESILUSÃO onde as duas partes não tem culpa, porque não há culpa em não gostar de uma pessoa, não somos obrigados, faça, mas verás que não encontrarás aprendizado nenhum (outra vez usando o clichê). Pelo contrário, fechar-se para o sofrimento é adiá-lo... E já expliquei no que dá isso. Sem falar que acabará criando nas pessoas um sentimento de carência e de coitadinho, ninguém gosta de pessoas assim.
2. Sua vida não precisa consistir na procura por alguém. Mesmo que muitas pessoas acreditem que é mais fácil ser feliz ao lado de outra pessoa continuo acreditando que isso não passa de carência. Conheço várias pessoas que vivem bem, despreocupados com horários, com quem vai sair e sem precisar dar satisfações a ninguém.
3. Nada de expectativas, apropriação de um sentimento que talvez não possa acontecer. Acho que é mais importante estar bem com as pessoas, estando ou não estando com elas, gerenciando o sentimento, ligar um pouco menos para relacionamentos mais fervorosos e deixa-lo um pouco de lado. Pois eles são os verdadeiros motivos de nossas decepções. Sim, e muitas das vezes somos nós mesmos que nos encarregamos de nos decepcionar, por conta das nossas expectativas. Hipócritas, essa mania de pôr a culpa em algo ou alguém por nossas decepções.
Não se volta com as coisas mudadas, pensa-se em mudar. Se muda quando ficamos frente a frente e a partir disso. Tenho ciência de coisas agora que não poderia ter estando "tento contato" com algumas pessoas. É preciso saber que não há erros nas coisas em que fazemos ou deixamos de fazer, não acredito em destino, signos, plantamos e colhemos. As coisas somente acontecem independentes e não temos controle sobre isso tudo, pensamos que temos, mas não temos. Por isso não tenha medo de errar quando arriscar. Tudo o que “erramos” faz parte da história e a molda para as coisas “Certas” que também não existem. O certo é viver, não despreocupados, mas deixando as coisas acontecerem para nosso aprendizado.

Sobre solidão, mais uma vez, saber que podemos viver sem é um dos princípios do amor. Vivi dezessete anos sem uma pessoa, e ai pra que surtar agora se não sente por mim o que sinto por ela (pergunta). Coisas assim são desconhecidas, mas fazem sentido a partir do momento em que paramos de fingir sofrimentos e pensamos no que fizemos de errado para não dar certo. Saia da defensiva, precisamos cativar as pessoas para que elas vejam em nós algum significado e começar a entendê-las. Abdicar de si mesmo, viver para alguém. Esse é o bom de não saber nada do amor. Ruim é entregar-se tanto para alguém que não pode nos corresponder e acabar ficando as sobras de si mesmo. Mas, como não tem como saber, arriscar, como todas as vezes que fazemos. Se não der certo, reconstruir o quanto nos fomos roubados e sentir o sofrimento para que ele se acabe mais rápido. (usando o clichê mais uma vez) Aprender com isso, tornar-se mais maduro. Se essas coisas não derem certo, não fizerem sentido algum, tenho um tipo de consolo, ou não: ouvi dizer que nunca ficaremos com a pessoa que amamos, que droga. Isso quer dizer que haverá sempre uma pessoa que você não ama correndo atrás de você, o sentido da solidão. Passei um tempo acreditando nisso, agora estou pensando diferente, mas como disse, não tem como saber. Siga o que fizer mais sentido tendo uma certeza: a vida é mesmo foda.

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